Sunday, April 15, 2007

O lado lunar

Abre-se a concha do teu peito
vestígio da maré-cheia
entre a baía e o estreito
do mar que te rodeia.

Dói-te o vermelho do poente
nos teus lábios de Outono
arde-te essa boca tão quente,
esse rosto de olhos sem sono.

Nem mar, nem luz, nem céu
se fecham com os teus dedos
quando agitas o branco véu,
quando espalhas os teus segredos.

Assim amarras o barco
que se soltou do meu coração:
brincas com a corda e o arco
que me atam à tua mão.

"Quadras" in Teoria Geral do Sentimento
Nuno Júdice

Na pontinha do nariz fizeste-me sentir uma princesa.


2 comments:

JN said...

haverá coisa melhor do que mostrar ao mundo que ainda existem princesas?!

Caty said...

Toda a alma tem uma face neeeeeegra , nem eu nem tu fugimos à regra ...