
Outro dia
Cai na manhã do coração desolado
a toutinegra que longe daqui cantava e
nesse instante
a tristeza do rosto subiu aos lábios
para queimar a morte próxima do corpo e
da terra
ah se a noite vier
cheia de luzes ilegíveis de véus
de relógios parados – ergue as asas
fere o ar que te sufoca e não te mexas
para que eu foque a ver-te estilhaçar
aquilo que penso e já não escrevo – aquilo
que perdeu o nome e se bebe como cicuta
junto ao precipício e à beleza do teu corpo
depois
deixarei o dia avançar com o barco
que levanta voo e traz as más notícias dos jornais
e o cheiro espesso das coisas esquecidas – os óculos
para ver o mar que já não vejo e um dedo incendiado
esboçando na poeira uma janela de ouro
e de vento.
Cai na manhã do coração desolado
a toutinegra que longe daqui cantava e
nesse instante
a tristeza do rosto subiu aos lábios
para queimar a morte próxima do corpo e
da terra
ah se a noite vier
cheia de luzes ilegíveis de véus
de relógios parados – ergue as asas
fere o ar que te sufoca e não te mexas
para que eu foque a ver-te estilhaçar
aquilo que penso e já não escrevo – aquilo
que perdeu o nome e se bebe como cicuta
junto ao precipício e à beleza do teu corpo
depois
deixarei o dia avançar com o barco
que levanta voo e traz as más notícias dos jornais
e o cheiro espesso das coisas esquecidas – os óculos
para ver o mar que já não vejo e um dedo incendiado
esboçando na poeira uma janela de ouro
e de vento.
Al Berto - “Horto de Incêndio”

2 comments:
um edit meu :
a noite
luzes de véus
parados
o ar a estilhaçar
teu corpo - cicuta,precipício, beleza
a tristeza próxima do corpo
coração que levanta voo
coisas esquecidas
poeira
vento
( manobras para as horas longas...)
GGGGGGGGGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODDD
MMMMMORNING, CATARINA !
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