Certainly not Dave ...

Não vou escrever uma extensa e entusiástica crítica ao concerto de ontem dos DM. Isso reservo-o para outra criaturas que são bem mais talentosas nesses assuntos, reservando-me igualmente o direito a concordar ou não com o que eventualmente estará neste momento a ser escrito. Mesmo que o fizesse, a minha crítica iria ser 100% parcial, não fossem os DM alvo da minha mais profunda devoção…à anos. Eles são o meu topo da escala, o meu «Eu não morro sem os ver …», acima deles, peço perdão, mas nem Mr Bowie, com toda a admiração que também a ele dedico.
Com toda a pieguice que a afirmação acarreta, sim, ontem à noite foi concretizado um dos meus maiores sonhos. Há quem se queira casar e ter filhos, há quem queira ganhar o Euromilhões … eu queria ver um concerto de Depeche Mode. E o que é que se diz mesmo depois um sonho acontecer ? Fica, claro, qualquer coisa a menos, uma lacuna por preencher, foi-nos arrancado, afinal, um sonho, ele deixou então de existir, e agora??? Eventualmente esse espaço acaba por ser preenchido. Mas nestas primeiras horas, ainda sob o efeito anestésico (existe melhor anestesia que a música?), respiramos à sombra daquela sensação estranha : «Acabou… Acabou…».
«Words are meaningless and forgettable ... ». Por isso nem vale a pena tentar armar-me em esperta e começar a disparatar : «Isto estava bem, aquilo estava mal, blá, blá, blá ».
Se para mim foi perfeito !!! Não tocaram a Freelove, que eu amo de paixão. Não tocaram a «It’s no Good», é pena. Nem tão pouco a «Stripped», fica o lamento e a vontade. Quem cantou a «Home» não foi o Dave mas sim o Martin, o que me deixou algo confusa, mas tudo bem. Não choras miúda, não choras. Ah claro… A música da minha vida, a Home, e não chora. Peço perdão, foi-me impossível controlar, é qualquer coisa que vem demasiado de dentro. É qualquer coisa difícil de exprimir, e aquela música mexe comigo como nenhuma outra. A letra daquela música fala de mim de uma forma assustadora, é tudo o eu ando à procura. My HOME. Tocaram a «Damaged People», que seria talvez a minha Home, se a Home, na realidade, não existisse. E tocaram, obviamente, as minhas 2 músicas preferida dos DM: «Enjoy the silence» (Speechless, in fact), e a «Walking in my shoes». Acabaram com a «Goodnight Lovers» e, por trás, a palavra LOVE a vermelho. De facto, perfeito. Para mim, pelo menos... Mas lá está, a minha parcialidade é indiscutível.
Então já posso morrer em paz? Então se morresse hoje morria talvez feliz…
Naaaaaaaa…. Ainda tenho um concerto em Julho para ver… ou rever …
Não será certamente a mesma coisa. Já não mencionando o facto de se tratar de um festival, nunca terá o encanto da primeira vez. Sem dúvida: a primeira vez é inesquecível.

SEX
PAIN
ANGEL
LOVE

«Never let me down». Claro que não Dave … Isso era impossível …