Friday, February 03, 2006

(...)


O mundo todo é um velório esta noite
Nos gemidos doridos de quem nos recorda
Na mortalha fria que nos agasalha
No cheiro a cera que se apaga
Somos cinza à procura de sentido
Brasa que ateia ao passar o vento do tempo
Mas que o tempo apaga sempre
Quando nada mais resta queimar
Esquece a fé!
Esquece o amor!
Salva-te!

4 comments:

Anonymous said...

Contagioso ?

A miséria do meu ser

A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.

Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.

É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?

Fernando Pessoa

Caty said...

Contagioso sem dúvida

:)

Anonymous said...

Estava na rádio. À espera da reunião. Mais uma vez, arrependi-me de não conseguir mandar um clone por mim, um holograma, uma treta qualquer que não fosse eu mesmo...não propriamente por causa da reunião. Simplesmente porque o contacto das pessoas comigo e o meu com as pessoas dá, na nmaior parte das vezes, uma cacofonia que me deixa siderado.

Anonymous said...

Outrora fogo
Outrora ser