Who am I at the mirror???

Richard Ellis


"He would examine with minute care, and sometimes with a monstrous and terrible delight, the hideous lines that seared the wrinkling forehead, or crawled around the heavy sensual mouth, wondering sometimes which were the more horrible, the signsof sin or the signs of age. He would place his white hands beside the coarse bloated hands of the picture, and smile.»

"The Picture of Dorian Grey" by Oscar Wilde

Tudo se resume ao que somos ao espelho, ao que parecemos aos outros, ao que damos a mostrar e a aparentar, máscaras que usamos indiscriminadamente, algo que não somos e que forçamos em camuflagem. Aparências, aparências... Ando farta delas. Aborrecem-me ...

Quase tudo e quase todos me parecem aparências. E eu ando farta de viver num mundo de brincar. Este mundo sabe-me bem, toma lá um doce e nem sentes o amargo de boca. Mas ele está lá, encoberto, e é terrível, enjoa, dá vontade de vomitar. Vomitar o que parece para fora e ficar com o que é, e o que, no fundo, fica nos escassos momentos de lucidez em que nos assalta um pensamento : «Merda ... tudo isto é a fingir...a fingir ...». Reter bem esses momentos, apontar tudo em papel, se preciso, antes de ser vencida pelo sono e pelo cansaço.

Porque no dia seguinte, ao acordar ... volta-se a colocar a máscara e seja o que Deus quiser. Deus ???? Ou quem quer que seja ...