Escolho este post para apresentar as minhas prometidas conclusões sobre aquele assunto ( é mesmo uma questão de ressaca...espiritual,emotiva,existencial)
1. Solidão / Uma espécie benigna : a dos prazeres individuais, ler, ouvir música, etc.etc. Esta é a solidão que eu procuro muitas vezes. Há coisas que se fazem só mesmo sozinho, não é ? A experiência pode partilhar-se depois, mas...
2.Agora, a solidão que nos procura...que vem ter connnosco...
Da pura solidão física à solidão intelectual, afectiva, emotiva...
Passar horas e horas em casa, sem ver vivalma, sem falar com ser humano algum...estou habituado. E se não me apetece essa solidão, a solução parece simples : é calçar as sapatilhas e ir onde estão as pessoas. Ou esperar que a família chegue a casa. Pois, a experiência de ontem veio lembrar-me como não é nada simples...
Uma solidão intelectual - querer falar, partilhar determinados gostos musicais, literários, em suma culturais e outros e não conseguir encontrar interlocutores capazes de corresponder às nossas expectativas. É triste mas às vezes desespero...querer partilhar algo e ter pela frente um interlocutor que nos olha como para uma aberração...Depois depende das pessoas em concreto : para alguém como eu, essas reacções são só mais um incentivo para me fechar, para me calar, para não querer sair do meu covil, da minha caverna. Outras pessoas reagem de outra forma...Fausto no seu laboratório...é a minha solução.
A solidão emocional, querer partilhar emoções e sentimentos. Não conseguir dizer o que se sente, não conseguir ouvir o que se gostaria de ouvir... Desde coisas simples : " Gosto de falar contigo..." até coisas como " Gostaria de viver contigo para sempre..."
Uma solidão inefável, metafísica, indefinível, sem explicação concreta, um estado de alma, uma intuição.
E tudo isto não tem a ver, no fundo, com o estar afastado das pessoas. Foi o que mais uma vez me mostrou a experiência da festa de ontem. No meio daquela gente toda, dei comigo numa realidade paralela, a entrar na Twilight Zone. Numa zona em que a solidão dói mais : no meio de tanta gente, no meio da multidão. É como o suplício de Tântalo : ter água e comida por perto, ter fome e sede e ser impedido de satisfazer esses apetites. É que se estou mesmo sozinho, tudo bem/mal : estou mesmo sozinho. Mas se estou no meio de tanta gente...porquê???Porquê esta sensação de não fazer parte do mesmo universo, do mesmo filme, da mesma realidade ?
You're the night, Lilah
a little girl lost in the woods
you're a folktale
the unexplainable
you're a bedtime story
the one that keeps the curtains closed
3 comments:
The hangover is not the worse :
Pára-me de repente o Pensamento...
—Como se de repente sofreado
Na Douda Correria... em que, levado...
—Anda em Busca... da Paz... do Esquecimento.
— Pára Surpreso...Escrutador...Atento
Como pára... um Cavalo Alucinado
Ante um Abismo...ante seus pés rasgado...
— Pára... e Fica e Demora-se um Momento...
Vem trazido na Douda Correria
Pára...e Fica...e Demora-se um Momento...
E Mergulha na Noute, Escura e Fria
Um Olhar d’Aço, que na Noute explora...
—Mas a Espora da dor seu flanco estria...
— E Ele Galga...e Prossegue...sob a Espora!
(Ângelo de Lima )
Poem for a hangover
A hydroid wakes.
Cells visit cells | hold parties | while you sleep.
At the end of the night
you wake | wondering | who kidnapped your body
while you were sleeping.
There's a shark rising in your thoughts.
Your tongue evolves into some kind of amphibian
on the verge of extinction.
Pretty in paralytic sleep
your dreams are full of reptiles. Spent the night shedding skin |
snapping splints out of wishes.
Running on the spot for antivenom.
Your lips are wrinkled fingertips | in the bath too long | your eyes
are two frightened puffer fish.
Pricking in the dark
prickling through high kicks | holding your breath
peering out from under the sheets.
Escolho este post para apresentar as minhas prometidas conclusões sobre aquele assunto ( é mesmo uma questão de ressaca...espiritual,emotiva,existencial)
1. Solidão / Uma espécie benigna : a dos prazeres individuais, ler, ouvir música, etc.etc. Esta é a solidão que eu procuro muitas vezes. Há coisas que se fazem só mesmo sozinho, não é ? A experiência pode partilhar-se depois, mas...
2.Agora, a solidão que nos procura...que vem ter connnosco...
Da pura solidão física à solidão intelectual, afectiva, emotiva...
Passar horas e horas em casa, sem ver vivalma, sem falar com ser humano algum...estou habituado. E se não me apetece essa solidão, a solução parece simples : é calçar as sapatilhas e ir onde estão as pessoas. Ou esperar que a família chegue a casa. Pois, a experiência de ontem veio lembrar-me como não é nada simples...
Uma solidão intelectual - querer falar, partilhar determinados gostos musicais, literários, em suma culturais e outros e não conseguir encontrar interlocutores capazes de corresponder às nossas expectativas. É triste mas às vezes desespero...querer partilhar algo e ter pela frente um interlocutor que nos olha como para uma aberração...Depois depende das pessoas em concreto : para alguém como eu, essas reacções são só mais um incentivo para me fechar, para me calar, para não querer sair do meu covil, da minha caverna. Outras pessoas reagem de outra forma...Fausto no seu laboratório...é a minha solução.
A solidão emocional, querer partilhar emoções e sentimentos. Não conseguir dizer o que se sente, não conseguir ouvir o que se gostaria de ouvir... Desde coisas simples : " Gosto de falar contigo..." até coisas como " Gostaria de viver contigo para sempre..."
Uma solidão inefável, metafísica, indefinível, sem explicação concreta, um estado de alma, uma intuição.
E tudo isto não tem a ver, no fundo, com o estar afastado das pessoas. Foi o que mais uma vez me mostrou a experiência da festa de ontem. No meio daquela gente toda, dei comigo numa realidade paralela, a entrar na Twilight Zone. Numa zona em que a solidão dói mais : no meio de tanta gente, no meio da multidão. É como o suplício de Tântalo : ter água e comida por perto, ter fome e sede e ser impedido de satisfazer esses apetites. É que se estou mesmo sozinho, tudo bem/mal : estou mesmo sozinho. Mas se estou no meio de tanta gente...porquê???Porquê esta sensação de não fazer parte do mesmo universo, do mesmo filme, da mesma realidade ?
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