.À mais de 3 semanas que não pegava naquele livro. Deixei-o esfriar em cima da mesinha de cabeceira, com o marcador entalado na página 127. Faltavam pouco mais de 30 páginas para o acabar. Voltei hoje a pegar nele, injustamente de forma entediada, pois é um bom livro, de um bom escritor, com uma boa história, com o tamanho ideal, letra nem muito pequena nem demasiado espaçada. A leitura perfeita. Voltei a fechá-lo, aborrecida. Pousei-o milimetricamente no mesmo local, desfigurado por finas frestas de um sol que não dava de si há já vários dias. Dei por mim a pensar que algumas pessoas têm, provavelmente, razão: a visão fica turva quando nos habituamos à meia-luz. A adaptação nunca cessou de ser processo incómodo. Como quando não conseguimos adormecer porque os pés estão frios. Pensei que podia voltar atrás e fazer do sentido das coisas algo completamente diferente. Diria mesmo original. Abrir mais os olhos e incitar ua abordagem mais midriática à luz. Mas para quê? Se eu gosto do sentido das coisas exactamente da forma como elas vêm escritas nos livros.
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2 comments:
" (...) Mas para quê? Se eu gosto do sentido das coisas exactamente da forma como elas vêm escritas nos livros."
Disseste tudo. A melhor luz é mesmo a das leituras. :)
Será ?
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