O quão ousada eu consigo ser

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Pronto, pronto. Eu não sou tão ousada e radical como dou a entender. Eu bem que andei a pesquisar na Internet o porquê de grande parte das mulheres serem tão apegadas aos fios de queratina que lhes saem do couro cabeludo. A relação da mulher com o seu cabelo é deveras interessante. Ora, não sendo partidária de uma religião específica, mas tendo sido educada na fé cristã (crismada e tudo, o que só comprova que existem catequistas negligentes neste país), quis saber o que consta no livro sagrado acerca do assunto. Da interpretação da Bíblia retirou-se então o seguinte:

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Se a mulher desejar nunca aparar seus cabelos, porque assim gosta, sente-se bem com isso, acha bonito, ou admite que assim tem maior comunhão com Deus, ninguém tem o dever de impedir. É a sua vontade que deve ser respeitada. (...) Por outro lado, se a mulher gosta de usar cabelos apenas compridos, porém de vez em quando aparados, e se sente bem assim, consigo e com Deus, em nada pode ser repreendida com base na Bíblia, porque esta não oferece base para tal proibição. Se aparar os cabelos fosse realmente pecado, o Espírito Santo, que convence do pecado, já teria repreendido milhares de santas mulheres que, no mundo inteiro, devotam suas vidas à obra do Senhor.

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Ou seja, eu não cometi pecado nenhum.

Eu posso não ser muito ousada, mas há um lema de vida que carrego comigo para onde quer que vá: em caso de dúvida, É SEMPRE O ROCK! E eu admito ... gosto de uma boa e farfalhuda franja. Uma coisa é certa: foi a primeira vez na vida que vi os papéis se inverterem: era a cabeleireira que estava com medo de me cortar o cabelo e não eu que temia pela minha farta juba. ~

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