A colisão aleatória entre 2 estranhos nas ruas de uma Nova Yorke pré 11 de Setembro não deixaria, com frequência, grande marca. Não, pelo menos, numa cidade que vive em velocidade vertiginosa 24 horas por dia, e onde a sucessão entre dia e noite funciona de forma particularmente natural , quase despercebida. Mas após o 11 de Setembro as coisas mudaram. Os modos de vida alteraram-se. Ninguém ficou indiferente e todos ficaram diferentes. A transformação de um povo revelou-se na alteração do curso da história moderna como nos é dada a conhecer. Poderia ter acontecido em qualquer outra parte do mundo. E este, hoje em dia, não seria substancialmente tão diferente do de à 6 anos. O 11 de Setembro mudou o modo como os EUA vêem o mundo. E trouxe à superfície uma panóplia de fraquezas humanas às quais os americanos não estavam habituados. Ansiedade, angústia, medo, histeria colectiva. Os imigrantes passaram a ser olhados com desconfiança. "You hate Americans, don't you?" - é a pergunta disparada por Phoebe, uma mulher de negócios bem sucedida a Ashade, um taxista sírio que teve a infelicidade de abrir a porta do seu taxi a uma mulher perversa e perturbada que dava tudo para regressar ao dia 11 de Setembro de 2001, o único dia no qual não se sentiu uma falhada porque, nesse dia, todos foram falhados , everyone was a looser. E se o 11 de Setembro não vem até ela, ela vai até ao 11 de Setembro. Uma mulher branca, americana, bonita, bem sucedida profissionalmente e ... terrorista. Por conta própria. Ashade é apenas uma peça que surge por acaso mas ... convenientemente. "They are afraid of you". E é verdade que os americanos vivem aterrorizados com o que vem de fora. Ainda que o maior perigo possa vir de dentro.
Monday, August 06, 2007
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