Friday, August 03, 2007

Cura para todos os males



Trocamos o sofisticado Cosmopolitan por garrafas de moscatel. O nu-jazz nova-iorquino pela música dos PULP, com um saltinho ocasional a I'm from Barcelona. Os bares fashion da Big Apple pelo interior do meu carro. Manhattan pela Rua Pedro Monteiro, Penedo da Saudade, Vale do Inferno e pastelaria Mimosa. Ao invés de uns sapatos Manolo Blahnikde salto agulha optamos por um estilo mais desportivo, até porque ganhamos com facilidade bolhas nos pés, quanto mais não seja porque o trajecto Coimbra-Pombal pela N1 não é pêra doce, e, afinal, Fátima é já ali tão perto, e todos os anos sao válidos para incitar uma prova de fé.
Vamos ao inferno, damos por lá uns dedos de conversa e voltamos, tudo numa mesma noite.
E porque conversa de 4 miúdas não deixa de ser conversa de miúdas : os homens não prestam (toque de campaínha: CLICHÉ!) e nós retiramos um estranho prazer em lhes colocar defeitos. E adivinha-se no início da conversa a inevitável e aborrecida conclusão: gostamos muito deles. Embora só algumas priviligiadas se possam gabar de ter um padeiro que lhe aqueça os pézinhos às 6 horas da madrugada. O necessário é inteligência emocional. Uma vez dominada a sua arte, adquirimos uma magestosa forma de poder.
E assim surgem alterações de planos com a maior das naturalidades : uma viagem adiada, telefonemas não atendidos de ora em diante, o descanso de uma noite para que o cansaço não afecte a tomada de decisões.
Onde chora uma choram 4, uma previsível lamechice à qual é difícil de escapar, seja pela vulnerabilidade feminina da hora muito avançada (nós, mulheres, somos particularmente sensíveis nos período nocturno das 2 às 7), quer seja pelo efeito do álcool ou de um chá de ervas originário da China. Chora-se por chorar e chora-se por rir. E misturam-se os dois, sem que ninguém o estranhe.
Existem relações que nunca passaram de uma mentira. Existem relações ainda curtas demais para se complicarem. Existem relações já muito longas e demasiado complicadas. Existem relações que correm bem, mas cujos carros culminam fatalmente em mau estado.
De todos os lugares do mundo, nenhum soube tão bem como aquele.

3 comments:

ana... said...

há os mestres da calhordice, os calhordas, os mini-calhordas e com um bocadinho de inteligência emocional os nano-calhordas!!! depois há os outros!!!

então foi assim que descobri que moscatel é a minha perdição, que afinal eu sei chorar em "público" e que não há sítio nenhum no mundo que eu trocava por aquele em que estão as minhas princesas!

amo cada uma de vós, que são tão diferentes! mas tão(me) iguais! as minhas meninas de olhos brilhantes e palavras puras!

Caty said...

De calhordas estamos nós fartas. Eles que se lixem sozinhos. O moscatel não é a tua perdição, mas sim as mini-tostas ao jantar. Abençoada, que estavas linda. A noite toda. Especialmente no apogeu, ali na zona do Penedo da Saudade. E fizeste-me chorar, sua besta. Isso não se faz. Eu era a única que me estava ali a aguentar e tu estragaste tudo. Da irmandade do ponei já não nos livramos. Vocês sao mais princesas do que eu. À espera do príncipe encantado. Não de calhrodas. Nem de cangalhões. Deus me livre desses :)

Happy and Bleeding said...

Olha que duas...
fizeram-me sorrir :)

Ass: mais-um-pseudo-calhorda