Thursday, August 09, 2007

The banality of evil*


Ondskan de Mikael Håfström
É tal como o título da música dos Nine Horses*. Na sociedade dos dias que correm, a banalidade do mal é um facto implícito, basta ver os noticiários, ler os jornais, sair à noite e, por vezes, nem de dia se está seguro. Mas não se trate o assunto com preocupação em demasia: o verdadeiro mal não existe. Esse, que nas escrituras cristãs é propriedade apenas da figura do Diabo, o famigerado e único representante do mal completo, supremo. Mas o mal existe, é inegável, e alastra os seus tentáculos um pouco por toda a parte. Chamemos-lhe um mal menor. E raras são as vezes nas quais ele não se encontra misturado com o poder. As organizações hierárquicas contituem a base das sociedades modernas, e a selecção natural parece ter previligiado esta forma de sobrevivência na qual os mais fracos são subordinados aos mais fortes. A história é antiquíssima, comer ou ser comido. Obrigatoriamente, alguém (poucos) têm que estar no topo da pirâmide e alguns (muitos) têm que se contentar com a base. "Ondskan" (em português o título é "Cruel") trata precisamente da lógica da lei da selva. Existem os maus da fita, existe o bom da fita que, afinal, não é tão mau como parece no início do filme, existe a amante do bom da fita cuja relação não é permitida, existe o amigo do bom da fita que acaba por sofrer as consequências dessa amizade, e existe uma instituição que sabe mas cala, e compactua com as regras instituídas pelos maus da fita. Existe o bem e o mal. Existe a eterna luta entre os dois e, claro está, existe o triunfo do primeiro sobre o segundo. Existe uma lição de moral. Existe um filme que vale a pena ver e que foi nomeado para o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2004. Não que eu dê grande credibilidade aos Óscars. Mas pronto.

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