Quando partem

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Às vezes eu roço mesmo o ridículo. Passei a noite num pranto, embrulhada em soluços e recordações breves, os olhos, volta e meia, cravados de lágrimas. Tudo porque me morreu um gato. É quase como se me tivesse morrido alguém muito próximo.
Mais vale viver sem eles. Não se gasta dinheiro em vacinas e desparasitizações, evitam-se os pêlos no prato da comida, os atacadores roídos e a vegetação destruída, o ter que ir a correr ao supermercado porque não há latinhas de salmão em casa.
E poupa-se o imenso sofrimento de os ver partir.
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