Night Out

Começamos a noite ao som de Blues e a brincar aos yo-yos como quando éramos crianças. Por momentos vi-me a viver no interior da América, numa caravana junto à estrada, de casaco de cabedal e a beber uma Budwiser. Mas foi tudo mentirinha, ou pelo menos não passou de ilusão. Bob Log III afinal tinha mesmo bigode, dou a mão à palmatória. Agora quanto a ter dedos fininhos, já não me meto nessas coisas íntimas. No final nada melhor que discutir trivialidades à mesa com amigos, enquanto as palavras fluem tão ou mais rapidamente que os copos vazios. Eu e a Joana temos a mesma paixão desmedida por dEUS, só que ela já foi com o Tom Barman para a noite e eu ainda não consegui ver um bom concerto deles. Ainda assim, eu levo a minha t-shirt e ela empresta-me os sapatos de salto alto tamanho 39 dela, os quais eu prometo tentar usar. Se me faltar o equilíbrio, posso sempre aterrar no Delight e passar o resto da noite estatelada no chão a ouvir house comercial do pior que há (e ninguém que isso, certo?). Vodka Maçã equivale mais ou menos a 3 finos, mas o brinde tinha que ser feito e porquê só um quando se podem fazer dois pelo mesmo preço, ainda por cima em honra de quem o merece? Além disso, que ninguém se meta com 3 miúdas a dançar ao som do apelidado Dark Expander (não fui eu, juro por Deus que não), sem homens a controlar. Os meus pés estão um pouco destreinados no rockabilly, preciso de mais alguma prática, com as minhas desculpas aos lesados. Lembro-me de me agarrarem pela mão já sem forças, e ainda bem que existem amigos para me proteger sempre que é preciso. Mas o que resta no dia seguinte é a violência da luz de um novo dia que desponta lá fora, enquanto que, lá dentro, percorria o meu Camino del Sol nos braços de quem realmente importa. E o retomar de velhos hábitos que fizeram de nós o que somos hoje. Ainda que mal tenha sentido o sabor do croissant com queijo. Ao que me sabia era à nossa presença ali. Como se nada jamais tivesse mudado.