Noite de Natal nunca foi de grande tradição no meu reduzido núcleo familiar. Este ano nem a banal árvore de Natal de quase 2 metros, que se punha sempre ao lado da lareira para não causar estorvo. Alguém se ocupou, contudo de instalar umas irritantes luzinhas coloridas à porta de casa para que toda a vizinhança tome conhecimento de que o matreiro espírito do Natal também habita neste lar. Nem tudo é mau, pelo menos as primeiras rabanadas que fiz na vida foram bastante elogiadas. Modéstia à parte, estavam boas sim senhora. Oficialmente, no dia 25 de Dezembro de 2006 descubro que a frase cliché "Eu não sei cozinhar" é uma patética e lamentável desculpa para a minha imensa preguiça.
À falta de sono desempoeiram-se os velhos discos dos Go-Betweens, que servem assim de banda sonora a mais uma noite fria. Estavam lá bem escondidos no fundo do armário dos "discos que não ouço há demasiado tempo", e sabe sempre bem desenferrujar uma certa nostalgia que me ficou de ter passado pelos anos 80 sem realmente ter a noção de os ter vivido. Apesar da bizarria da década, pelo menos os filhos dos 80s têm referências, campo no qual os filhos dos 90s, como eu, andam um pouco à deriva. Talvez por ter empregue a minha adolescência na década de 90 ela me pareça tão estéril e enfadonha.
Abstive-me de responder às patéticas mensagens de Natal estereotipadas que me entupiram a caixa de mensagens, metade delas eu nem sei bem de onde vêm, e eu sempre fui bicho do mato, daqueles que se escondem bem escondidos no buraco, logo é impossível que conheça assim tanta gente, apesar de essa tanta gente me conhecer a mim. Ao invés dessas estúpidas manifestações de falta de paciência para nos aturarmos uns aos outros (só para depois não dizeres que não te dei nada no Natal), o meu único desejo nesta quadra para toda a referida gente que me conhece (ainda que só conheça à volta de metade dessa mesma gente), é, sem comentários ou rebuscadas explicações, este:
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Carregados ou não de dióxido de titânio, que a ter de fazer mal já me tinham matado, pois representam a minha droga diária, depois de aqui há uns bons meses ter feito desintoxicação ao rebuçado Campino. Antes essa que outras. O pior que me pode acontecer é desenvolver uma diabetes daqui a uns anos, mas nessa altura logo se vê (algo que, dito por alguém da área da saúde, é absolutamente condenável).
E como fica feio não deixar aqui uma musiquinha para a noite de Natal, cumpra-se o prometido e cá está, mais uma vez ... eu bem disse que, este mês, o Tom Waits ainda ia voltar...
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