Nothing changes on new year's day...

Não é certamente o tempo frio de Inverno que me deixa… melancólica (será a palavra???) nesta altura do ano. Não para quem ama o Inverno e olha o Verão como um verdadeiro castigo que dura mais do que eu gostaria. Não há nada mais perfeito que um dia de Inverno frio mas cheio de sol. Parece que passo o ano inteiro à espera destes raros momentos… Mas a verdade é que as festividades me deixam deprimida, e eu, repito, não tenho bem a certeza porquê… Enquanto que as grávidas têm a chamada depressão pós-parto, eu tendo a sofrer de uma depressão pré e pós-festividades. Será porque, tal como diz a música dos U2, «nothing changes on new year’s day…». Depois da farra, a verdade é que fica tudo igual, olho à volta e, para além de mais uma ressaca, não vejo grandes mudanças. Não que me queixe da minha vida, pelo contrário, anda bem abençoada, e este ano foi sem dúvida um ano de mudança radical, tão radical que ainda só agora ando a acabar de digerir tudo. Mas todos os anos é a mesma coisa, parece que faz falta alguma coisa que eu não sei ainda o que é, algo que me mova, algo que me dê razões para levantar todas as manhãs, algo que preencha aquele espaço que permanece eternamente só. Aquele espaço que só nos diz que existe ao fim do dia, ao fim da noite, quando chegamos sozinhos a casa. E tudo está igual, ainda que há meia hora atrás tenhamos dado gargalhadas como há muito tempo não dávamos. Todos os anos a mesma sensação, uma angústia, a mesma pergunta: O que é que falta? Puxa pela cabeça, miúda…
Baaaaaaaahhhhhhhhhhhhh… eu que geralmente sou tão palhaçada agora ando-me a tornar delicodoce? Estas alturas puxam-no em mim…
Música… eu preciso é de música… sem música eu morro…